segunda-feira, 16 de março de 2009

Horizonte

O tempo começa a fugir-me da mão novamente. Tento agarrá-lo de punhos cerrados ou deixo ir-me na onda do "vou fazendo"? Nunca foi nem será essa a minha pauta. Até porque o que hoje tenho em tudo se deve à ambição do "vou fazer agora e vou conseguir fazê-lo". Pergunto-me, sim, se conseguirei alcançar tudo aquilo que quero já e agora. Quando? Onde? Como? São perguntas cujas respostas desconheço.
O horizonte pode ser realmente uma linha muito ténue entre aquilo que podemos e queremos, como também pode ser o penoso inferno do que desejamos, mas podendo consegui-lo, não o tentamos.
A cabeça em tom grave nos grita de aflição, receando que gestos e atitudes não reflictam as suas ordens, os seus impulsos. Os pensamentos ganham forma e cor, nítidos como água que goteja nos nossos olhos que querendo sentir tudo o que a nossa imaginação cria, sentem somente o que a visão lhes transmite. Cá dentro, um eco de palavras soletradas por vozes distantes segreda-nos perto aos ouvidos do sensível. Ao pensarmos, ganhamos asas nesta viagem que é fechar os olhos e voar, voar... Damos por nós e pousámos no céu, olhando como seria a nossa sina se em vez de estáticos, partíssemos à descoberta do que não conhecemos e do que ainda não alcançámos. O sonho tudo isto nos pode conceder, mas existe algo que Ele não consegue: ser real. Se não formos nós, ninguém será. Coragem? Carácter? Sorte? Tudo isso é pouco e vago quando não existe o impetuoso Querer de desejo, mas o banal querer de ganância.
É este o nosso Ser.
Somos feitos pelo que queremos, não só pelo que conseguimos.
E eu quero conseguir.

2 comentários:

joao cruz disse...

E por isso é que vais trabalhar para seres um senhor Eng como deve ser! =P

Lembra-te que são só uns aninhos de sacrificio q dps verás que valem a pena! x)

Um abraço

Filipe disse...

muito bom: simples mas com uma mensagem fortissíma capaz de revelar a real maneira de ser do Ser Humano - haverá sempre tempo ;) mas como alguém escreveu, "....passamos como o rio" (Ricardo Reis in Vem Sentar-te comigo, Lidia)... o tempo passa e não fica. Mérito neste post